por Dalmir Sant'Anna
Você
se recorda da brincadeira do telefone sem fio? Lembra do funcionamento
desta brincadeira? A sistemática consiste em uma pessoa falar uma frase
no ouvido de uma outra pessoa e esta mensagem é transmitida para as
demais, entretanto na medida da expansão esta frase sofre alterações e
ao chegar ao último participante esta mensagem está totalmente
distorcida do início.
A
fofoca pode ser perfeitamente representada através desta brincadeira de
infância, pois várias vezes têm seu início de maneira ingênua e quando
se percebe sua abrangência esta totalmente distorcida da realidade,
sendo associada a três fatores negativos: ausência de ética, mentira e
deficiência na comunicação. Estes três fatores em um ambiente de
trabalho podem gerar uma série de desconforto, mágoas, prejuízos
financeiros, descontentamento.
Mas
o que é fofoca? No dicionário brasileiro encontramos a resposta de
maneira clara, mostrando que a fofoca é afirmação não baseada em fatos
concretos com a intenção de enganar ou transmitir falsa impressão de uma
pessoa.
Os psicólogos industriais e os estudiosos dos problemas da moderna administração são favoráveis à concepção de que inserido
em uma organização, o fofoqueiro pode paralisar o desempenho e ameaçar
potencialmente a sobrevivência das relações de uma equipe. Segundo o
palestrante mágico Dalmir Sant’Anna, o papel do fofoqueiro é o de estar
ausente dos valores éticos, sendo o oposto de um profissional
comprometido, responsável e otimista que vibra com a superação de metas.
O
fofoqueiro não assume riscos, pois é mais cômodo assistir o trabalho de
outros colaboradores da empresa e apontar as falhas cometidas. Não
apresenta idéias de melhorias, não participa de programas de segurança
no trabalho e reclama freqüentemente de reuniões. Não confia na sua
própria capacidade e torce pelo fracasso dos outros para justificar as
suas atitudes.
A
fofoca está ligada a cultura organizacional e o desafio caminha para o
lado do líder que precisa criar um clima eticamente saudável para seus
liderados, no qual possam realizar as atividades com comprometimento,
sinergia e reconhecimento. Em seu livro Comportamento Organizacional
(Prentice Hall, São Paulo: 2002), o Dr. Stephen P. Robbins destaca que o
líder deve continuamente buscar melhorar o comportamento ético da sua
equipe, pois em um mundo empresarial caracterizado por cortes,
expectativa de aumento de produtividade dos trabalhadores e brutal
competição no mercado, não são de todo surpreendente que muitos
colaboradores se sintam pressionados a quebrar algumas regras, dar um
“jeitinho” ou entregar-se a práticas questionáveis como a fofoca, que
pode ser vista como um conflito disfuncional, ou seja, um conflito que
atrapalha o desempenho e o êxito da equipe.
O
palestrante mágico Dalmir Sant’Anna destaca que a fofoca nunca foi e
nem será uma atitude de profissionais comprometidos e apresenta 3 dicas
para contribuir que sua equipe não seja parceira dos fofoqueiros:
· Boatos
– Evitar se envolver em boatos é uma excelente alternativa para não ser
parceiro dos fofoqueiros. O maior problema do boato é que cada pessoa
ao retransmitir aumenta um pouco, colocando uma “pitada de veneno” e
transformando esta mensagem em uma fofoca, uma comunicação baseada em
dados deficientes e principalmente falsos. O líder deve estar atento às
mensagens recebidas sem fundamento pelos corredores de uma empresa. Seja
como for, o assunto não pode ser aceito como prosaico.
· Credibilidade
– Durante seu expediente de trabalho, você recebe uma informação
involuntária sobre um colega e evita passar adiante, pois não tem
certeza da sua veracidade. O que você ganha com esta atitude? A resposta
é credibilidade. O líder no período contemporâneo apesar de
inevitavelmente inibir este comportamento, não deve tomar ações e
decisões com base em palavras apresentadas por fofoqueiros compreendendo
que a fofoca gera diretamente uma redução da coesão do desempenho da
equipe.
· Contatos
– A rede de conversas será “contaminada” com assuntos negativos quando
há existência de fofoca, pois pessoas de má índole podem utilizar
informações para obter de maneira ilícita alguma vantagem competitiva e
utilizar esta mensagem para extinguir a imagem profissional de um
colaborador diante da gerência ou de um cliente da empresa. É importante
inferir que a fofoca faz com que a relação entre as pessoas venha a
sofrer atritos pela rapidez e velocidade que é transmitida através dos
contatos e dos mais diversos meios de comunicação existentes na empresa.
O
tempo gasto com uma fofoca poderia ser perfeitamente utilizado para
gerar energia positiva para novos negócios, desta forma, jamais esqueça
que a fofoca é algo dito com a intenção de enganar ou transmitir uma
falsa impressão de alguma pessoa, algum acontecimento ou fato ocorrido.
Nesta linha de pensamento, cuidado ao revelar confidências pessoais,
desejo em trocar de cargo, vontade de sair da empresa onde está
trabalhando, ou expressar qualquer opinião negativa sobre clientes,
colegas de trabalho ou gerência, para não ter surpresas desagradáveis.
Cuidado com pessoas que constantemente entram na sala e dizem: Sabem da
última?
É
preciso compreender que existem pessoas com valores e o comportamentos
aguçados para fazer fofoca, mas a decisão de ser um parceiro deste tipo
de pessoa está em você aceitar ou se afastar, evitando ser alvo de um
fofoqueiro, mostrando que profissionalmente existem metas, limitações e
desafios a serem superadas, entretanto, existem assuntos pessoais e
profissionais que são dignos de serem respeitados.
Dalmir Sant’Anna – Palestrante Mágico. Pós-graduado em Gestão de Pessoas, bacharel em Comunicação Social – www.dalmir.com.br