por Gisela Kassoy
Você
sabe porque os automóveis para táxis na Inglaterra são obrigatoriamente
altos? Para dar espaço para as cartolas dos passageiros. Sabe porque as
moedas são circulares? Porque em algum momento da história da
humanidade fabricava-se moedas com materiais quebradiços. A forma de
círculo ajudava, portanto a evitar que os cantos quebrassem.
Acontece que os carros não precisam mais ser altos, nem as moedas circulares, mas eles simplesmente continuaram a ser como eram.
Numa
época em que questionar, modificar e inovar é vital, ainda estamos
habituados a aceitar coisas tais quais elas são. Segundo Edward de Bono,
especialista em Criatividade, padecemos de uma espécie de continuísmo
mental, o que dificulta nossa percepção de oportunidades para melhorias.
Uma
boa forma de percebermos possibilidades de mudanças é justamente
enfrentarmos as fontes de continuísmos e nos desafiarmos a pensar em
alternativas.
Veja os tipos mais freqüentes de continuísmos:
Negligência
Nossa
mente aprendeu a resolver problemas, e deixa de perceber o que não
incomoda. Desta forma, tudo que ainda não virou problema tende a ser
negligenciado. Pior ainda, a negligência é prima irmã da arrogância:
sempre que estamos satisfeitos com nosso trabalho ou produto, deixamos
de aprimorá-los.
Seqüência
Como
as moedas e os automóveis ingleses, há inúmeros procedimentos,
acessórios, cores e formatos que nunca foram modificados. Mas eles
precisam mesmo ser assim?
Dependência
Acontece
quando a evolução de certos produtos ou procedimentos depende de
fatores ou instituições que são vistos como atravancadores Podemos,
entretanto usar nossa criatividade também para contornar os fatores.
Digamos que você teve uma idéia cuja implementação é cara. Mas...Precisa
parar por aí? Que tal gerar idéias para reduzir os custos de
implementação?
Complacência
É
o famoso “deixa quieto”. Acontece quando nos submetemos a crenças para
deixar de criar, ou de lutar para que inovações sejam feitas. Você já
ouviu frases como "o mercado não está preparado", “é inviável”.
Questione-as também.
Quer
gerar idéias? Olhe ao seu redor e pergunte-se: Onde está a negligência?
(e a seqüência, a dependência, a complacência?) Pergunte-se também “E
se...?”, “Por que isso é como é?”, “Dá para fazer diferente?”
Pergunte-se principalmente “Por que não?”.
Você vai amar as respostas.
Gisela Kassoy , especialista em Criatividade e Inovação, atua com Consultoria, Seminários e Palestras. Dedica-se à motivação, capacitação e transformações comportamentais de profissionais para a geração, avaliação e implementação de idéiasque resultam melhorias e redução de custos , novos produtos e estratégias de marketing. Graduada em Comunicações pela FAAP/SP, teve sua formação específica na Universidade de Nova York em Buffalo, no Management Center Europe e no Center for Creative Leadership.