por Maria Tereza Maldonado
Como
reconhecer e aliviar as principais fontes de estresse da nossa vida?
Como melhor administrar o tempo, para evitar a sobrecarga e viver
melhor? Assim como temos o bom e o mau colesterol, temos o bom e o mau
estresse. O “bom estresse” representa o grau razoável e necessário de
exigência e de motivação para fazer face aos compromissos assumidos,
cumprindo prazos e horários, buscando o bom desempenho. É o “bom
estresse” que nos mantém em movimento, estimulados a persistir nas metas
estabelecidas, decididos a superar obstáculos.
Por
outro lado, o “mau estresse” está na raiz de inúmeras doenças
(cardíacas, gástricas, dermatológicas, etc.), de ataques de angústia e
de crises depressivas. Isto prejudica o desempenho no trabalho e piora a
qualidade dos relacionamentos, uma vez que a pessoa cronicamente
estressada está muito mais sujeita à irritabilidade, impaciência, mau
humor.
É
fundamental, na busca diária do equilíbrio em nossa vida, reconhecer as
fontes inevitáveis de estresse, procurando descarregá-lo de modos
saudáveis e procurar perceber as fontes de estresse que nós mesmos
criamos, para tentar evitá-las.
Maneiras
comuns de “criar estresse”: atitude de “pegar pesado”, reclamando da
vida, das coisas e das pessoas, superexigência cruel que acarreta
sobrecarga e acúmulo indevido de funções, dificuldade de dizer “não”,
incapacidade de delegar tarefas e responsabilidades, centralizando e
controlando tudo, pavor de desagradar ou desapontar os outros,
sentimento de culpa intenso, provocando a sensação de estar sempre aquém
do esperado, pessimismo e pensamento catastrófico (imaginar sempre as
piores hipóteses).
Fatores
mais comumente apontados como fontes inevitáveis de estresse: ambiente
de trabalho altamente competitivo, viver em contexto de insegurança
devido à violência urbana, engarrafamentos no trânsito, orçamento
apertado e dívidas, relacionamentos conflituados, sobrecarga de funções
(por exemplo, mulheres que trabalham, cuidam da casa e têm filhos
pequenos) que mal permite ter tempo para o lazer.
Há
quem tome um uísque “para relaxar”, fume um cigarro após o outro ou
grite com quem estiver por perto para se acalmar. Mas, convenhamos,
existem maneiras mais saudáveis de descarregar o estresse inevitável.
Recursos utilizados por muitas pessoas: ver TV “para descansar a
cabeça”, fazer ginástica, caminhada, natação ou qualquer outra atividade
física prazerosa, ouvir música, dançar, brincar, fazer relaxamento ou
meditação para construir a serenidade interior.
E
nos relacionamentos? A pessoa estressada, com tendência a ficar
irritadiça e impaciente, freqüentemente contagia quem está por perto,
tornando o convívio tenso e pesado. É preciso desenvolver o senso de
humor, a capacidade de amar e de cultivar amizades, aprender a olhar
para as situações de modo mais positivo, “pegando leve”. A clareza da
comunicação, a ampliação da escuta para estabelecer os “acordos de
convívio”, a busca do bem-estar, conversas interessantes, carinho,
gentileza e atenção são ótimas sementes de harmonia nos relacionamentos.
Quanto
ao estresse que criamos por meio de nossas características pessoais, é
importante desenvolver uma postura de determinação para efetuar pequenas
mudanças que façam a diferença. Para isto, podemos trabalhar com o
conceito de “compromisso mínimo”. Para muitos, o simples pensamento de
efetuar todas as mudanças necessárias é desencorajador: “É tanta coisa
que nem sei por onde começar”. Porém, escolher um pequeno ponto de
partida, qualquer que ele seja, é uma decisão essencial: o importante é
começar, com determinação e autodisciplina.
A
revisão do cotidiano, o questionamento do nosso estilo de pensamento, o
esforço de mudar a maneira de olhar, de sentir e de agir são caminhos
na direção de um trabalho antiestresse que nos fará viver melhor.
Perguntas do tipo: Preciso mesmo fazer tudo isso hoje? Como posso criar
dez minutos para relaxar e recarregar as baterias? O que posso fazer
para criar um convívio mais agradável no trabalho? Qual será a
verdadeira catástrofe se eu resolver tirar uma semana de férias?
Por
fim, a objeção mais freqüente quando se fala em medidas antiestresse:
“Bem que eu gostaria de fazer essas coisas, mas não tenho tempo para
nada disso”. É bom lembrar que tempo realmente a gente não tem, a gente
cria. A boa administração do tempo depende dessa crença na nossa
capacidade de criar tempo, que resulta em melhores decisões quanto a
prioridades e maneiras de organizar nossa agenda de tarefas e
compromissos.
E então, qual o compromisso mínimo que você está disposto a fazer para começar a viver melhor?
*
“Vivo estressado(a) e aí a paciência acaba!” e “Administração do tempo”
são dois temas bastante requisitados no trabalho de consultoria em
grupo (ver seção Consultoria).
Maria Tereza Maldonado é psicóloga, professora e consultora de empresas.
Visite o site: http://www.mtmaldonado.com.br/
Visite o site: http://www.mtmaldonado.com.br/